Defecografia

Conheça o exame de defecografia

 

A defecogra­fia é método de imagem de estudo da defecação que fornece imagens das alterações morfofuncionais da pelve e do segmento anorretal. É um valioso método para o estudo da fisiologia da dinâmica pélvica e de distúrbios colorretais, como discinesia, constipação, incontinência fecal, dor anal, tenesmo, entre outros.

 

Esse exame pode ser feito utilizando raio-X ou ressonância magnética e cada um com sua função na avaliação da evacuação. O primeiro tem como vantagem ser realizado na posição anatômica com o paciente sentado e avalia as alterações dinâmicas durante a evacuação no eixo que envolve o ânus e o reto.

 

Já o segundo possui a desvantagem de ser realizado em posição não ­ fisiológica, mas a capacidade multiplanar e de caracterização tecidual e dinâmica do assoalho pélvico pelo método superam todas as desvantagens possíveis, já que, além de avaliar o eixo anorretal, pode avaliar disfunções do aparelho geniturinário e assoalho pélvico, isto é, alterações multicompartimentais.

 

 

 

Situação Clínica

 

Caso você tenha di­ficuldade de evacuar ou tenha evacuações incompletas, com esforço prolongado, talvez você esteja sofrendo de constipação crônica. Na medicina atual podemos caracterizar esse quadro como a síndrome da defecação obstruída, que pode estar associada com disfunções do assoalho pélvico podendo coexistir disfunção multicompartimental. Esse fato se deve a alterações do aparelho geniturinário, da musculatura pélvica e do eixo que envolve o ânus e o reto.

Esse é um problema clínico comum, que pode causar grande impacto na qualidade de vida, afetando mais as mulheres com mais de um parto. Porém, homens e mulheres nas diversas idades podem também apresentar distúrbios crônicos da evacuação.

Além do parto, outros fatores podem desencadear disfunções do assoalho pélvico, como:

 

  • cirurgia pélvica;
  • obesidade;
  • constipação;
  • idade avançada;
  • esforço físico intenso;
  • fatores genéticos.

 

Os sintomas característicos dessas patologias muitas vezes são pouco especí­ficos. Uma avaliação física é difícil e pode subestimar o deslocamento de órgãos pélvicos e associados numa taxa entre 45% e 90% dos casos, prejudicando o diagnóstico e levando à apresentação recorrente dos sintomas.

 

Como é realizado o exame?

Defecografia por Raio-X

 

A realização do exame é feita em duas etapas. O paciente ingere contraste baritado duas horas antes do exame com o intuito de opaci­ficar todo o intestino delgado. Após aproximadamente 2 horas do inicío do contraste oral, administra-se via retal contraste baritado para o preenchimento da ampola retal. Logo em seguida, são realizadas radiogra­fias durante o repouso, contração es­fincteriana máxima, manobra de Valsalva, durante a evacuação e após a evacuação.

Defecografia por Ressonância Magnética

 

O exame é feito em duas etapas também. Na primeira administra-se via retal gel à base de água para o preenchimento da ampola retal. Em seguida, nas mulheres, é feito o preenchimento da cavidade vaginal também por gel à base de água. Após essas etapas e posicionamento do paciente no aparelho, são realizadas sequências multiplanares para estudo anatômico da pelve com posterior estudo dinâmico e funcional durante o repouso, contração es­fincteriana máxima, manobra de Valsalva, durante a evacuação e após a evacuação. Também podemos realizar estudo perfusional e vascular na pelve como complementação ao diagnóstico.

 

Observação

O paciente deve ­ ficar atento à preparação para o exame feita ainda em casa, que é semelhante ao da colonoscopia. Na clínica de realização do exame, há também alguns procedimentos preparatórios. Por isso é preciso chegar com antecedência de 1h30. O exame tem duração média de 50 minutos.