Revista AVC - É isso mesmo?!
Quando o assunto são doenças vasculares, alguns termos podem confundir quem está procurando entender sobre elas. Infarto, aneurisma e AVC, muitas vezes, são alvos de dúvidas de muitos leitores. Por isso, pedimos que o cardiologista Carlos Wollmann explicasse a diferença entre esses nomes. Confira!
Infarto
O que é?
“Entende-se por infarto a falta de oxigenação, geralmente por obstrução do suprimento sanguíneo de caráter agressivo, em algum órgão ou tecido do organismo”, explica o cardiologista. Ou seja, ele acontece quando algo impede que o oxigênio chegue aos órgãos. Assim, os mais afetados são o coração (infarto agudo do miocárdio) e o cérebro (acidente vascular cerebral isquêmico), podendo afetar também os pulmões, eventualmente.
Quais são os sintomas?
No caso do infarto agudo do miocárdio, o principal sintoma, na maioria dos casos, é a dorno peito, opressiva e intensa (sensação de enorme peso na região), que pode aparecer subitamente ou de forma progressiva. “A esse sintoma podem-se juntar náuseas, vômitos, ‘sensação de desmaio’ e sudorese fria”, acrescenta o médico.
Como é o tratamento?
O infarto do miocárdio tem um tratamento parecido com o do AVC isquêmico, podendo ser feito com medicações específicas anticoagulante ou implante de stent na artéria acometida, dependendo do caso.
Qual a diferença para o AVC?
A diferença entre o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral isquêmico é que, no caso do AVC, ocorre uma obstrução de alguma artéria que leva suprimento sanguíneo ao território cerebral, que ocorre, em geral, de forma súbita e leva a danos irreversíveis quando não tratado com rapidez e eficiência. No infarto, o local que não recebe o fluxo de sangue é o coração.
Aneurisma
O que é?
O aneurisma cerebral é o principal causador do outro tipo de AVC, o acidente vascular cerebral hemorrágico. “Entende-se por aneurisma o enfraquecimento da parede de uma artéria que leva o sangue ao cérebro. Eventualmente, essa artéria enfraquecida pode romper-se espalhando sangue pelo território cerebral, levando a graves danos, por vezes irreversíveis, podendo ser necessária uma cirurgia de emergência”, esclarece Carlos. Ou seja, nesse caso ocorre o contrário do AVC isquêmico.
Quais são os sintomas?
“São, na maioria das vezes, o empastamento da fala, o falar ‘enrolado’, desvio de rima labial, conhecido como sorriso torto, confusão mental e perda de força muscular e sensibilidade em um lado do corpo”, diz o profissional. Esses sintomas geralmente ocorrem subitamente e podem estar presentes tanto no AVC isquêmico quanto no hemorrágico. Ao sinal de qualquer um deles, procure um médico o mais breve possível.
Como é o tratamento?
O tratamento para o AVC isquêmico pode ser medicamentoso com anticoagulantes ou intervencionista com implantação de stent na artéria afetada, dependendo do caso. “Já no hemorrágico, o tratamento pode consistir na drenagem cirúrgica do sangramento ou, dependendo de sua gravidade, no tratamento conservador, controlando os fatores desencadeantes, como elevação súbita e grave da pressão arterial, e aguardando a reabsorção do sangramento, mantendo o paciente em rigorosa observação clínica em ambiente de UTI”, conta.
Qual a diferença entre ele e as outras doenças?
Algumas doenças como a paralisia facial periférica, causada por infecções virais, podem simular um AVC. Em geral, ela não afeta a movimentação e sensibilidade de braços e pernas. Nesse caso, o motivo e o tratamento específico são completamente diferentes. “Ele consiste em uso de antivirais, corticoides e fisioterapia, na maioria dos casos. Porém, é importante ressaltar que, sempre que qualquer anormalidade como as citadas apareça, é de extrema importância procurar atendimento médico especializado o mais breve possível para um correto e eficaz diagnóstico e tratamento”, alerta o profissional.
Grupos de risco
Os pacientes mais propensos a essas doenças são os hipertensos, os diabéticos e os dislipidêmicos (colesterol elevado) quando não estão sendo tratados. Obesidade e sedentarismo também são outros fatores de risco. “O tabagismo aumenta, de forma exponencial, a chance da ocorrência desses eventos, sendo considerado um dos principais fatores desencadeastes ao seu aparecimento”, alerta o cardiologista Carlos Wollmann.