Revista + Saúde | "O que é a Síndrome de Guillian-Barré?”
O que é a Síndrome de Guilliain-Barré?
Doença rara, que tornou-se conhecida pelo público após novela das nove, afeta o sistema nervoso e causa problemas motores.
Um distúrbio neurológico, a síndrome de Guillain-Barré teve aumento de casos registrados em países latinos (incluindo o Brasil) após uma epidemia do vírus da Zika, segundo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A doença, que entrou em foco na mídia, após a novela “Segundo Sol” (Globo), trama das nove que acabou de encerrar. Nela, a personagem Rochelle, vivida por Giovanna Lancelotti, descobriu ser portadora da rara doença. “Eu já tinha ouvido falar dessa síndrome, mas passei a conhecer mais sobre ela pesquisando para viver o papel”, afirmou a atriz a OVALE.
“Assim que começou a sair na imprensa que Rochelle teria a doença, muitas pessoas com a Guillain-Barré entraram em contato comigo. Cheguei a acompanhar uma delas em sessões de fisioterapia e consultas com neurologistas. Também ouvi muito relatos”, contou a atriz, cujo pai e padrasto são médicos e a ajudaram a entender a doença.
A síndrome, um ataque do sistema imunológico a uma parte do sistema nervoso, causa fraqueza gradual nas pernas, nos braços e no tronco. Em alguns casos, pode, aliás, levar a paralisia total.
“Nas cenas, tive ainda a ajuda das preparadoras Kátia Achcar, que me acompanhou desde o começo das gravações; e Patrícia Carvalho, que já havia trabalhado com Alinne Moraes (personagem cadeirante) na época de ‘Viver a Vida’ (2010) e foi importante para o apoio corporal. Cada movimento da Rochelle era muito marcado e pontuado”, continuou a atriz.
Mas afinal, o que é a Síndrome de Guillain-Barré? Para responder essa pergunta, OVALE foi atrás da médica neurologista Alessandra Silveira Colombi, do hospital viValle, de São José. Ela nos explica do que se trata a doença. Confira:
O que é Síndrome Guillain-Barré?
Na síndrome de Guillain-Barré, o sistema imunitário, que é responsável pela defesa do corpo contra organismos invasores, ataca parte do sistema nervoso periférico. Esta síndrome pode afetar os nervos que controlam o movimento dos músculos, assim como os que transmitem sensações de dor, temperatura e tato.
Como pega?
Nem sempre a causa é determinada, mas ela pode ser desencadeada por uma infecção (como o VIH - Vírus da imunodeficiência humana, dengue ou gripe) e, menos frequentemente, pela vacinação, cirurgias ou traumatismos.
Quais sintomas? E o que a doença acarreta?
O primeiro sintoma da síndrome inclui fraqueza ou sensação de dormência. Começam normalmente pelas pernas e podem ascender (subir) para braços e face. Podem também se apresentar com movimentos descoordenados, alteração dos nervos cranianos.
Em algumas pessoas, estes sintomas podem provocar paralisia das pernas, braços ou músculos da face. Em menor proporção dos casos, são afetados os músculos do peito, tornando difícil a respiração.
São raros os casos graves de síndrome de Guillain-Barré, mas podem resultar em paralisia quase total. Estes casos podem ser fatais e os indivíduos afetados são, normalmente, tratados em unidades de cuidados intensivos.
Tem cura?
A maioria das pessoas sobrevive e se recupera completamente. Mas não existe cura para a síndrome. A recuperação pode demorar semanas, meses ou anos. Os sintomas de fraqueza podem persistir em algumas pessoas por muitos anos mesmo com tratamento. É mais provável que o prognóstico do paciente seja muito bom se os sintomas desaparecerem dentro de três semanas do início da doença.
Como é o tratamento?
Há alguns tratamentos disponíveis para ajudar a reduzir os sintomas, tratar as possíveis complicações e acelerar a recuperação do paciente. Quando graves, a hospitalização é recomendada para tratamento mais específico. Nos estágios iniciais da doença, quando há indicação, tratamentos que removam ou bloqueiem a ação dos anticorpos que estão atacando as células nervosas podem reduzir a gravidade e a duração dos sintomas. Um desses métodos é chamado de plasmaferese, outro é o uso de altas doses de imunoglobulina.
Fisioterapia e terapia ocupacional também são indicados em alguns casos.
Tem como prevenir?
Não existe prevenção específica para a doença. Entretanto, tomar medidas para reduzir infecções como a gripe, dengue e zika pode ajudar a reduzir a chance de apresentar a síndrome de Guillain-Barré.
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